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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Rave: empresários de SC dizem que há preconceito

Promotores de festas afirmam que a ação de autoridades policiais no Estado de Santa Catarina contra as raves pode prejudicar vários empresários que realizam eventos dentro da legalidade. Na opinião deles, o motivo seria a existência de um forte "preconceito" contra a música eletrônica.

Na opinião de Daniela Souza, que há dez anos trabalha em casas noturnas de Balneário Camboriú, Itajaí e Florianópolis, existem grandes discussões em torno de drogas sintéticas, mas todas recaem num ponto: a música eletrônica.

"Nas raves tocam esse tipo de música, então criou-se um estigma que os estilos de eletrônico estariam relacionados à ecstasy e drogas", comentou. "Agora caiu na mídia que as raves são o grande problema. Mas é preciso levar em conta que o problema existe e não só em festas de música eletrônica", concluiu.

Desde 1999 atuando como DJ, Tiago Rangel já passou por Santa Catarina, Londres e agora vive em Curitiba, onde trabalha numa empresa que se especializou em eventos direcionados ao público fã da música eletrônica. "Temos um mercado imenso na região Sul e hoje um DJ não sai de casa por menos de R$ 5 mil. Mas ao atribuir esse ligação entre as raves e as drogas, as autoridades acabam prejudicando todo um segmento", afirmou.

"O problema das drogas existe, infelizmente, em todos os lugares e não só em locais de música eletrônica. Num show de reggae, num evento de rock e num estádio de futebol também vão existir casos desses", disse.

Rangel destaca que o uso de drogas é combatido nas festas em que trabalha, mas não descarta que o "vale-ecstasy" pode realmente existir em alguns eventos menores. "Tem quem aluga um sítio ou local afastado para fazer a festa como bem entende. Aí é o problema", afirmou. "Mas tem muita gente séria que trabalha no setor, que gera muito emprego e renda para as cidades e que não apóia consumo de drogas".

Apesar de eventos de música eletrônica ao ar livre estarem proibidos no Estado, guias de rave disponíveis na Internet citam várias festas marcadas para Santa Catarina até o final deste ano. Em quase todas elas a compra de ingresso está disponível on line, mas não são fornecidos detalhes sobre os locais das raves.

Para Eskudlark, há uma tentativa de burlar a polícia ao marcar eventos, mesmo em ambiente fechados, durante o dia. "Inverteu-se o horário e por isso vamos atuar com rigor", prometeu.

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